O Protetor (The Equalizer)

Direção : Antoine Fuqua
 
Elenco : Denzel Washington,Marton Csokas,Chloe Grace Moretz,David Harbour,Mellisa Leo e Bill Pullman.
 

Se não fosse o carisma do seu protagonista, “O Protetor” (The Equalizer) – baseado no seriado dos anos 80, que não cheguei a conhecer –, poderia ser aquele filme comum, principalmente se considerarmos os outros personagens mal definidos (até caricatos) e com motivações superficiais, em que o clichê da justiça americana é utilizado para cenas de violência plástica.

Através do plano de sequência, conhecemos o apartamento de Robert McCall (Washington) se preparando para mais um dia de trabalho em uma grande loja de material de construção. Neste momento já identificamos o protagonista como um homem metódico, solitário, cujos simples movimentos são calculados e cronometrados. Pela sua decoração de sua moradia, percebemos que ele não possui nenhuma ligação visível com o passado ou distrações que não sejam os seus livros.

O roteiro desenvolvido por Richard Wenk – auxiliado pelos roteiristas da série de TV Michael Sloan e Richard Lindheim – confirma os clichês e apresenta problemas quanto ao desenvolvimento dos personagens da história. Em um ato impensado para o protagonista que se mostrava tão seguro e que inicia a narrativa, McCall decide tomar as dores de Teri ao negociar e dar lição de moral em Slavi, questionando se ele não achava que realmente Slavi aceitaria a sua proposta ou, ciente da recusa, usaria para motivar suas ações para, ao final, ainda se desculpar.

As habilidades do protagonista com doses de clichê abusam da plasticidade e destoam do que o personagem realmente poderia ser. E se não bastasse o padrão “os russos são maus”, surge em cena o tatuado vilão Teddy (Csokas), contratado pela máfia para o trabalho que somente ele e não as autoridades poderiam fazer: caçar McCall.

Pelas características do personagem, torcemos para que McCall acabe com ele quando se encontrarem. Neste momento o diretor Antonie Fuqua usa um recurso que acho desnecessário: acentuar a violência das cenas anterior com flashbacks quando as fotos são mostradas pelo personagem. E mesmo que tenhamos um primeiro encontro entre os antagonistas –  apenas para se apresentarem – é apreciável que o diretor não tem feito deste encontro algo brusco, guardando o embate físico somente para o final.

Ao longo da história, o filme apresenta as motivações e o passado de Robert, incluindo as participações de Melissa Leo e Bill Pullman como ex-agentes da CIA, na qual possuem grande influência para ajudar McCall. Estas motivações para sua limpeza ética e social – pois mais que desejássemos que realmente acontecesse – mostram-se frágeis e parecem apenas para dar uma satisfação como “não posso ver algo errado”.

Em sua luta de vingança e justiça contra a impunidade, McCall usa todo seu conhecimento e parte em busca dos malfeitores (mais clichês de russos malvados) ao denunciar a rede de corrupção (quem dera que fosse tão fácil) e destruindo os recursos da máfia, com direito a câmera lenta no personagem com explosões labaredas ao fundo.

No seu ato final, o roteiro provoca o encontro derradeiro entre McCall e Teddy, principalmente quando o segundo usa todo seu conhecimento e por estar em um ambiente familiar, usa todo um arsenal de ferramentas – sendo que McCall não dispare um tiro no filme todo, pelo que eu me lembre – para aniquilar os vilões (os russos grandes e malvados). Inclusive com direito a close nos olhos e água escorrendo, simbolizando a chuva limpando seus pecados e renovando sua alma.

Como o filme faz questão de não deixa nada sem resposta, por mais simples que seja o terceiro ato de estende ainda mais, demonstrando que McCall não quer deixar nenhum resquício vivo de seu plano para levar sua vida normalmente com seus novos amigos e esquecer que realmente ele foi e as atrocidades que cometeu.

Cotação 3/5

 

 

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